Pensando em fazer a doação de esperma? Aqui está o que você precisa saber

A doação de esperma ajuda as pessoas a aumentarem suas famílias — sejam casais enfrentando infertilidade, mulheres solteiras ou casais do mesmo sexo. Ao doar para bancos de esperma, os homens oferecem uma chance para outros experimentarem a paternidade. É uma maneira significativa de apoiar aqueles que sonham em ter um filho, mas precisam de uma ajudinha para chegar lá.

Como funciona um banco de esperma?

Os bancos de esperma desempenham um papel crucial na reprodução assistida ao fornecer uma fonte segura e regulamentada de esperma de doadores. Essas instalações armazenam e distribuem esperma para uso em procedimentos como inseminação intrauterina (IIU) e fertilização in vitro (FIV).

O processo começa com potenciais doadores passando por uma triagem médica abrangente para avaliar seu estado de saúde. Isso inclui testes para doenças infecciosas como HIV, sífilis e hepatite, bem como exames genéticos para descartar doenças hereditárias. Se um candidato atende aos critérios de elegibilidade, ele fornece uma amostra de sêmen em um ambiente clínico privado. A amostra é então analisada quanto à qualidade, motilidade e concentração do esperma. As amostras aprovadas são congeladas criogenicamente em tanques de nitrogênio líquido, permitindo preservação a longo prazo e uso futuro.

No Brasil, os bancos de esperma operam sob a supervisão regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Embora alguns tratamentos possam estar disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, a maioria dos indivíduos depende de clínicas privadas de fertilidade, onde os custos geralmente variam de R$ 3.000 a R$ 7.000 por ciclo.

Quem pode ser um doador de esperma?

Para garantir a segurança e a eficácia da reprodução assistida, os doadores de esperma devem atender a critérios de elegibilidade rigorosos:

✔ Idade mínima: os doadores devem ter entre 18 e 45 anos, pois essa faixa etária garante a qualidade ideal do esperma.

✔ Condição de saúde: Os candidatos devem ter boa saúde física e mental e passar por avaliações médicas completas, incluindo:

Exames de infecções sexualmente transmissíveis (IST) para doenças como HIV, sífilis, hepatite, gonorreia e clamídia.

Testes genéticos para doenças hereditárias, como fibrose cística e anemia falciforme.

✔ Avaliação psicológica: potenciais doadores devem passar por avaliações psicológicas para garantir que entendam completamente as implicações da doação.

✔ Restrições às doações familiares: para evitar riscos genéticos e consanguinidade, parentes diretos (exceto primos em alguns casos) são proibidos de doar entre si.

Processo de coleta e armazenamento de esperma

Uma vez aprovados, os doadores de esperma fornecem suas amostras usando um dos seguintes métodos:

Masturbação em ambiente clínico (o método mais comum).

Técnicas de extração médica, como eletroejaculação, para indivíduos que não podem fornecer amostras naturalmente.

Para otimizar a qualidade do esperma, os doadores devem se abster de ejaculação por 2 a 5 dias antes da coleta. Após a coleta, o esperma é criopreservado em nitrogênio líquido, permitindo que ele permaneça viável por muitos anos. Para garantir a segurança contínua, os doadores passam por uma segunda rodada de testes de DST seis meses após a doação antes que o esperma possa ser liberado para uso.

Esse processo estruturado garante que os bancos de esperma mantenham altos padrões médicos e éticos, assegurando a segurança e o sucesso dos procedimentos de reprodução assistida.

Regulamentos e Diretrizes Éticas

No Brasil, as práticas de doação de esperma são regidas por uma estrutura ética robusta, fundamentada em regulamentações rigorosas, projetadas para proteger os interesses tanto dos doadores quanto dos receptores. A confidencialidade é um componente crítico, com medidas que garantem o anonimato para manter a privacidade do doador, permitindo contribuições sem revelar identidades pessoais.

Os princípios da doação voluntária são enfatizados; isso significa que todas as doações devem ocorrer livremente, sem qualquer coerção, para manter a integridade do processo de doação. Além disso, a não comercialização de esperma é rigorosamente aplicada, proibindo qualquer troca monetária por doações, enquanto permite apenas o reembolso de despesas básicas, como viagens e refeições.

Para mitigar os riscos associados à consanguinidade, as regulamentações estabelecem limites para o número de nascimentos por doador, restringindo as contribuições a um máximo de duas gestações de sexos diferentes em uma população de um milhão. Atualizações recentes da regulamentação em 2021 agora permitem doações relacionadas até o quarto grau, desde que não haja risco significativo de sobreposição genética. É importante ressaltar que os descendentes concebidos por meio de esperma de doador têm o direito à identidade genética, com disposições que garantem o acesso às informações genéticas quando atingem a idade adulta, tudo isso mantendo a identidade civil do doador confidencial.

Quem pode usar esperma de doador?

O esperma do doador pode ser utilizado por vários grupos, incluindo casais heterossexuais que sofrem de infertilidade masculina, casais de mulheres do mesmo sexo que desejam ter um filho biológico e mulheres solteiras que buscam a maternidade independente. A infertilidade masculina frequentemente leva casais heterossexuais a buscar esperma do doador quando a concepção natural se mostra impossível, enquanto casais do mesmo sexo frequentemente precisam dele para embarcar em sua jornada parental. Além disso, mulheres solteiras que buscam a parentalidade de forma independente podem recorrer ao esperma do doador como uma opção legítima e viável para realizar suas aspirações parentais.

Taxas de sucesso de esperma doado

Quando se trata de taxas de sucesso, a FIV geralmente produz desempenho superior em comparação à inseminação artificial, com a FIV demonstrando taxas de sucesso em torno de 40% por ciclo, em contraste com os 15% a 20% típicos da inseminação artificial. Os principais elementos que influenciam essas taxas incluem a idade da mulher, pois as taxas de sucesso diminuem significativamente após os 35 anos, juntamente com a qualidade dos gametas; espermatozoides e óvulos de maior qualidade melhoram drasticamente as chances de concepção.

Riscos e considerações sobre esperma doado

Ser um doador de esperma envolve certas considerações de saúde e segurança, incluindo desconforto ou infecção potencial do processo de coleta. Os receptores também devem estar cientes das complicações associadas aos tratamentos de fertilidade, particularmente condições como a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (OHSS), que pode resultar em desconforto abdominal intenso, e os riscos substanciais relacionados a gestações múltiplas, que podem incluir parto prematuro entre outras preocupações de saúde materna e fetal.